quinta-feira, 4 de outubro de 2007

De olho no PNBE 2008 – Educação Infantil

Resumo do Cenário

Dez anos depois de sua criação, em 1997, o Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE, além de promover a distribuição de obras para atender alunos e bibliotecas do Ensino Fundamental, pela primeira vez dedica atenção à Educação Infantil. Especialmente para este segmento, são compostos e destinados três diferentes acervos, com vinte livros cada um, que começam a ser distribuídos a partir de 10 de dezembro às unidades de ensino da rede pública, cadastradas no Censo Escolar. A relação das 60 obras selecionadas para a Educação Infantil (juntamente a outras cem direcionadas ao EF) foi elaborada pela Secretaria da Educação Básica - SEB e divulgada pela Portaria n.º 929, no dia 28 de setembro, através do Diário Oficial da União. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE investe R$ 11.140.563,20, atendendo 5.065.686 alunos matriculados em 85.179 instituições de Educação Infantil de todo o território nacional, da seguinte forma: escolas consideradas de pequeno porte (até 150 alunos) recebem apenas um acervo com 20 títulos, escolas que tenham entre 151 e 300 alunos recebem dois acervos e aquelas com mais de 301 matriculados, três acervos.

Observando brevemente a relação dos 60 títulos selecionados, alguns aspectos interessantes se destacam a respeito de quais são os conteúdos e categorias de texto da literatura infantil que virá contribuir para o imaginário e a formação literária inicial de nossas crianças. Antes de arrolar os critérios adotados para a escolha das obras, o edital de convocação para o PNBE 2008 enfatizou que o contato das crianças com a literatura “deve promover momentos de alegria, de desafios para a imaginação e para a criatividade, de troca e de experiência com a linguagem escrita. O livro destinado às crianças precisa envolver sentimentos, valores, emoção, expressão, movimento e ludicidade, permitindo inúmeras interações”.

Dos 60 livros listados para a Educação Infantil, no PNBE 2008, exato um terço foi publicado antes e até o ano 2000, contando com uma boa aceitação da crítica e dos divulgadores da leitura literária. Outro terço dos livros é formado por lançamentos recentes (entre 2005 e 2007), concentrando grande parte das traduções. Em todo conjunto, 18,33% marca a presença dos autores estrangeiros que, sem perder de vista o caráter lúdico da literatura infantil, são quem mais traduzem à sensibilidade da criança um gênio lúcido sobre temas e valores universais. Essas duas variáveis (títulos brasileiros consagrados por muitos anos e acentuada produção recente estrangeira) permitem pensar sobre os caminhos traçados pela nossa atual literatura... Em todo caso, vale celebrar o nível de coerência nas escolhas. Eva Furnari, Ana Maria Machado e Bartolomeu Campos de Queirós são os autores mais escolhidos (três títulos cada um), confirmando a notoriedade de seus trabalhos e o reconhecimento por uma efetiva interlocução com os leitores mais novos.

Nos comentários abaixo foram ignorados oito títulos por nosso desconhecimento e falta de informações a respeito das obras, pois certamente são livros que começarão a sair do prelo a partir da aprovação da Portaria n.º 929, no dia 28 de setembro de 2007.

[continua...]

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