quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Por linhas e palavras


Queridos amigos:

Finalmente terminei a redação de meu doutoramento, agora é a hora da defesa! Acentecerá no dia 30 de setembro (terça-feira) às 9h, no prédio da administração da FFLCH-USP, sala 124.

Mariana Cortez



A banca é composta pelos seguintes professores:
Ana Claudia de Oliveira (PUC/SP)
Diana Luz Pessoa de Barros (USP)
Guaraciaba Michelletti (USP)
Lúcia Teixeira (UFF)
Maria dos Prazeres Mendes (orientadora)


Resumo

O trabalho que se apresenta tem por objetivo investigar a composição gráfica dos livros infantis. O corpus da pesquisa compreende as décadas de 1980-1990 e os primeiros anos do século XXI, em Portugal e no Brasil, a partir da seleção dos autores Manuela Bacelar (Portugal) e Roger Mello (Brasil). A escolha do corpus se justifica, pois ambos são, inicialmente, ilustradores para, em seguida, tornarem-se autores com dupla vocação, isto é, produtores de textos verbais e visuais. Além dessa característica, ambos desenvolveram uma produção literária, voltada ao público infantil, em que impera a diversidade de estratégias e relações entre sistemas semióticos, por exemplo: autores de livros de imagens, autores-ilustradores de livros ilustrados e autores de livros-álbum. Essa última modalidade de texto, em que há a integração dos textos (verbal e visual) está no centro das discussões. A reflexão sobre o desenvolvimento desse gênero de texto, à luz da Semiótica discursiva de linha francesa, que também fundamentará todas análises realizadas, compõe o primeiro capítulo deste trabalho de tese.

Em seguida, abrem-se as portas para os livros infantis portugueses e o desenvolvimento do livro-álbum neste país, bem como serão realizadas análises minuciosas de três obras de Manuela Bacelar, a saber: O dinossauro (1990), A sereiazinha (1995) e Sebastião (2004). Cada uma das obras será abordada, tendo em vista às diferentes relações entre palavra-imagem e a composição final em um projeto gráfico que deveria constituir um todo de sentido. Assim, as obras se diferenciam, pois O dinossauro é um livro-álbum, em que Bacelar é autora de dupla vocação; A sereiazinha é um livro-ilustrado, em que a autora portuguesa ilustra o clássico de Hans Christian Andersen e Sebastião exemplifica aquele gênero, em que, por meio de imagens, a artista plástica conta a história.

No terceiro capítulo, o contexto brasileiro é colocado em foco e surge o trabalho em equipe, ou seja, uma equipe de profissionais é formada para criar o objeto-livro, e esta se transforma em uma característica fundamental para a história do gênero livro-álbum no Brasil. Roger Mello é um autor bastante representativo dessa “corrente artística” e as obras eleitas para análise se destacam pela produção em equipe e pela constituição de diferentes relações (ou grau de relações) entre palavra e imagem na composição do projeto gráfico. As seguintes obras serão analisadas com mais atenção: Jardins (2001) e Desertos (2006) texto verbal de Roseana Murray; Fita verde no cabelo: nova velha história (1992), em que Mello ilustra o conto do autor Guimarães Rosa e Vizinho, vizinha (2002) obra composta por uma equipe formada pelos artistas: Mariana Massarani, Graça Lima e Roger Mello e, ainda, o último assina como autor do texto verbal.

Finalmente, no quarto capítulo é possível fazer um paralelo entre o contexto do livro-álbum e suas características nos cenários português e brasileiro, chegando a algumas invariantes, como a tendência ao traço pictórico em Portugal e ao grafismo no Brasil. Com isso, a partir de dois contextos particulares, vislumbra-se a importância do livro-álbum como um gênero cada vez mais presente no panorama da Literatura Infantil.

Palavras-chave: Literatura Infantil, livro-álbum, semiótica discursiva, Portugal, Brasil.
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